sábado, 1 de novembro de 2008

Caro Arnaldo,
Hoje estive com sono, o tempo estava feio. Fui assistir Desejo e Reparação. O dia foi quente e fui me refrescar no chafariz.
Que dia...
Ainda estou com sono e não estou raciocinando. Feliz Aniversário, quero que você morra. E viva. E morra e viva de novo, porque eu te odeio, mas te amo.
Caro Jesus, me ajuda. Não era pra você a carta, mas preciso muito de ajuda.
Arnaldo, você está no limbo. Um novo maço de cigarros vai me ajudar agora.
Mais um aniversário. Como eu, você também vive, infelizmente. E isso passa, tudo passa. Amanhã já sai de hoje, ainda bem. Você assedia o outro, com a mão no peito. Somos parecidos. Precisamos de algo em que acreditar. Vestimos xadrez, nunca somos diferentes. Mas este é o fim. Você me decepcionou. Somos cabeças, mas nunca pensamos. Torço pra você ser feliz, e pra você morrer.
(Jesus, ainda preciso de ajuda)
Arnaldo, este é o fim, você dentro de mim. Perdoe a rima, Arnaldo. Preciso de você. Fico boba, tola. Tudo perto de você.
Arnaldo, está muito difícil escrever. A noite toda bebi conhaque. E é uma merda. Não consigo subir as escadas para o seu quarto, mas quero muito te ver. Não tenho mais dinheiro, mas quero muito te ver. Teu corpo preenche a dor do meu corpo, por todos os outros. Sinto saudade. Sinto maldade. Estou tomada de rimas baratas, perdoe, perdoe.
Mas a hora chegou, preciso ir.
Eu já não falo, eu berro, Arnaldo, este é o fim, não dá mais.
Estou te oferecendo a conta (você vai embora se quiser).

(Obrigada a todos vocês que não estão lendo este recado por terem cooperado loucamente com a carta)

Um comentário:

Maria disse...

PRIMA. clap clap clap fazendo das suas as minhas palmas!