sábado, 1 de novembro de 2008

Meus dois últimos textos pra Oficina:

CÓR

Em Cór, o olhar nunca alcança o topo dos prédios. Avenidas largas e caminhos quadriculares rasgam Cór, considerada a cidade mais fácil de transitar.
As ruas estão sempre cheias e silenciosas, porque em Cór, as pessoas não são mudas, mas nunca falam. Circulam mentes aplicadas e dedicadas, que acreditam precisar de isolamento para crescer. Em Cór todos trocam diálogos por liberdade de pensamento. Liberdade de expressão por livre julgamento. Todos acordam para suas vidas e as levam como querem. Não há conversa na cidade dos mundos internos. Sem as trocas, todos vivem para si e para si escolheram viver. Em Cór ninguém vive muito tempo. Sozinhos, tomados pelo silêncio absoluto, vão entrando na quietude, pra sempre.

Um comentário:

dear katie disse...

Tenho muito a dizer sobre Cór, todo mundo vive às vezes em Cór?